sábado, 6 de setembro de 2014

Tudo vira pop: artistas brasileiros se inspiram em astros internacionais para conquistar fãs
Postado Por: iveteonlineCompartilhe:


No último ano, duas portas-vozes de gêneros distintos anunciaram uma pegada mais pop. A musa do tecnobrega Gaby Amarantos já adiantou a tendência no próximo álbum, previsto para o fim deste ano, na mesma coletiva na qual disse querer tocar em rádios de todo o país. Anitta, nome precedido por funkeira desde a época do Furacão 2000, passou a fugir do termo, agora definido por ela como rótulo, nas entrevistas.

A tendência de incorporar elementos da música mundial é histórica, tanto no Brasil quanto nos países vizinhos da América Latina. “Na década de 1970, os discos demoravam a chegar e as gravadoras contratavam artistas locais para gravar as músicas. Na década de 1980, com a abertura política, uma série de artistas incorporou a estética de grupos internacionais”, situa Soares.

As referências são percebidas na melodia, nas letras, roupas, coreografias e nos clipes. “Elas têm uma preocupação de acompanhar tudo. Por mais que não se identifiquem, o estilo delas serve de incentivo e segurança“, conta o estilista pernambucano Walerio Araújo, responsável por looks de Gaby Amarantos, Maria Rita, Claudia Leitte, Ana Cañas, entre outras.

Grupos locais de brega exploram bastante a tendência. O brega ostentação funde o gênero a conceitos do funk carioca - no qual surgiram nomes artísticos como MC Beyoncé (Ludmila) ou MC Britney (Jhenifer Cardoso). “Gosto do estilo de roupa que Justin Bieber usa. Alguns falam que estou copiando. Sou fã dele e quero sempre estar presente no estilo dele”, conta MC Gui, de 16 anos, que lançou nesta semana o DVD O bonde é seu.

O brega melody, com destaque para os liderados por vocais femininos, dialoga com a música pop. A influência fica escancarada na profusão de versões. A banda Musa tem no repertório Não me faça chorar, adaptação de When I was your man, de Bruno Mars. A Torpedo entoa Estou te amando, sobre Unconditionally, de Katy Perry. A Vida Loka se inspirou em Impossible, de Shontelle, para Ele, sim, me ama. Sedutora tem um dos principais sucessos, Bateu a química, baseado na melodia de Wrecking ball, de Milley Cyrus, uma das mais polêmicas cantoras norte-americanas, com turnê brasileira agendada para setembro.

As letras possuem pouca ou nenhuma relação poética com a original. Enquanto Paula Patrícia, da Vida Loka, comemora a superação da perda, Shontelle confessa ser impossível esquecer o ex. Enquanto Mars lamenta as falhas e desabafa por ver a pessoa amada nos braços de outro homem, Priscila Sena ainda tenta convencer o companheiro a não ir embora. Enquanto Miley amarga as dores de uma paixão mal resolvida, a versão da Sedutora celebra o oposto. Mas o importante é sugerir a relação com o trabalho de artistas consagrados e explorar a chancela da familiaridade com a sonoridade.

Diva do axé
Grande diva do axé e uma das cantoras mais bem-sucedidas do Brasil, Ivete Sangalo escolheu uma balada pop, a novata Tempo de alegria, para a abertura do DVD Multishow ao vivo - Ivete Sangalo 20 anos. Mais ainda: encerrou o repertório com Careless whisper, clássico dos anos 1980 de George Michael.
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