quinta-feira, 23 de abril de 2015

Projeto com Ivete Sangalo e Criolo cantando Tim Maia vai virar CD
Postado Por: iveteonlineCompartilhe:


Ivete Sangalo atende o telefone com voz de criança. É uma brincadeira. Pergunta o nome da repórter que a entrevista e, rapidamente, passa a chamá-la pelo apelido que o nome sugere. Está à vontade. Em alguns momentos, usa gírias no lugar dos vocativos, como “minha nêga (sic)” e “minha irmã.” Descontraída, faz um lanche enquanto conversa. Perguntada sobre o curto tempo disponível para o bate papo, responde: “Mas você não é do Recife? Então você tem um cartão magnético com sinal verde para ter meu tempo e minha atenção, minha irmã!”

Com falas pontuadas por risos, comenta sobre a turnê em homenagem a Tim Maia, na qual divide o palco com o rapper Criolo. Neste domingo, o projeto chega ao Recife, com apresentação marcada para as 16h30, na orla do Pina, Zona Sul do Recife - com entrada franca. E Ivete ainda revela: entra em estúdio na próxima semana para gravação de disco novo. A iniciativa Nívea Viva Tim Maia vai virar CD, com data de lançamento incerta, mas prevista para o primeiro semestre deste ano.

Na entrevista, que você confere abaixo, a baiana repercute a parceria com Criolo, as críticas de Ed Motta há alguns meses e o entusiasmo do filho de Tim, Carmelo Maia. Ivete dá voz no domingo aos grandes sucessos do Síndico e, ao lado de Criolo - às vezes se revezando com ele no palco, às vezes em dueto - percorre todas as fases da carreira do homenageado. São 28 músicas, incluindo hits como Não quero dinheiro (Só quero amar), Você, Azul da cor do mar e Réu confesso.

Como recebeu o convite para participar do projeto?
Esse é um projeto que eu sempre acompanhava, desde que a Nívea o criou, há alguns anos. Eu guardava o sonho de participar dele e, quando fui convidada, pude escolher o nome de um artista homenageado entre algumas opções. Não havia nem o que pensar. Tim! Tim! Nem titubeei.

E quando soube que Criolo seria seu parceiro na empreitada? O que pensou a respeito dessa escolha?
Havia também uma lista de possíveis parceiros. Criolo era o nome que eu tinha em mente. E, coincidentemente, estava na lista de opções. Criolo é um poeta moderno, um cara boníssimo, um músico com carreira em ascendência. Fechamos nosso projeto logo após o carnaval. Foram escolhas tão maravilhosas que eu até brinquei com a equipe de organização: Me levem! Levem tudo!

Houve algum tipo de laboratório? Se debruçaram sobre a história pessoal de Tim Maia?
Apesar de a história dele estar diretamente ligada à música que ele produziu, o que mais importa nesse momento é a obra. Então nos concentramos em ensaiar suas músicas. A vida dele nos desperta muito interesse, mas ao mesmo tempo já era do nosso conhecimento, afinal, ele foi uma figura pública, é como se o conhecêssemos.

Quando surgiu o interesse pela música de Tim Maia, pela figura dele?
Tenho recordações do cara gentil que Tim Maia foi. Por volta dos meus 17 anos, assisti a dois shows dele em Salvador, na Bahia. No Rio, eu estava na plateia durante aquele show ao qual ele não compareceu. E eu sequer consegui sentir raiva. Eu já tinha, ali, uns 20 anos. Achava ele o máximo.

E como incorporaram a energia dele às interpretações de vocês?
É um lance tão orgânico, tão intuitivo, que foi algo natural. O Tim Maia sempre esteve presente no nosso inconsciente e no nosso consciente. Aconteceu naturalmente, isso de trazer sua música para nossas performances.

E qual herança você leva desse desafio?
Um artista é cheio de possibilidades. Esse projeto me mostrou que eu tinha - e tenho - possibilidades ainda não exploradas. Quando você embarca em algo diferente, abrem-se portas. Como cantora, como compositora, como intérprete.

E quanto ao Criolo, como tem sido a convivência, a parceria? O que ele acrescentou à sua bagagem artística?
O Criolo é um luxo! Um cara incrível, um poeta da atualidade. Nós nos divertimos demais. Além de competente, ele é divertido. É um artista maravilhoso e, como tal, só me acrescentou coisas boas.

Há algo de especial no show do Recife?
Sempre há! Ô, minha irmã… (risos) No Recife, eu estou em casa. Eu adoro me amostrar e vou me amostrar demais aí. Vou cantar para os meus. Essa cidade tem uma energia, uma coisa incrível. É minha casa também.

Carmelo Gomes Maia, filho de Tim, compareceu à premiere do projeto. O que ele achou?
Ele está entusiasmado como uma criança. Está muito feliz e disse que o Tim também estaria feliz se assistisse a mim e ao Criolo no palco. Ouvir isso dele nos deixa satisfeitos demais. Ele está curtindo uma homenagem justa à memória do pai.

Os comentários de Ed Mota (sobrinho de Tim) diante do anúncio da turnê - classificando a iniciativa como uma “coisa pobre” - abalaram o projeto de algum modo?
De modo algum. Não nos abalou. Respeito demais a liberdade de opinião. Inclusive, sou fã do Ed, por isso é até complicado falar. Mas prefiro que ele diga a verdade sobre o que pensa, do que se omitir.
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