sábado, 25 de abril de 2015

“Não estrago a vida com pensamentos ruins”, diz Ivete Sangalo
Postado Por: iveteonlineCompartilhe:


Desde a sua estreia como cantora, num mix de destino, talento e essas coisas da vida, a cantora Ivete Sangalo é um nome em constante ascensão. Entra ano e sai ano, Veveta, como carinhosamente gosta de ser chamada, continua arregimentando fãs e embalando multidões.

Ao longo da sua trajetória, a baiana contabilizou o sucesso de mais de 300 canções (sem contar as participações especiais), vendeu 15 milhões de cópias, ganhou três Grammys Latinos, recebeu mais de 150 prêmios nacionais, esteve à frente de mais de 40 campanhas publicitárias e, até hoje, faz em torno de 10 shows a cada mês.

Fôlego ela tem de sobra – e o motivo para tantas conquistas, ela explica, é a enorme paixão que sente pela música. “Eu amo cantar! A música é o ponto de união entre vários amigos e entre mim e o meu público”, diz. Aliás, basta Ivete pisar no palco, seja em um show ou em cima de um trio elétrico, que imediatamente o público se agita. “Essa energia que as pessoas sentem também passa por mim”, revela entusiasmada.

Já são 22 anos de carreira, e a impressão que se tem é que o tempo é seu melhor amigo. Além do vozeirão afinado, Ivete também se destaca como uma mulher superbonita, qualidade, aliás, que lhe rendeu a oportunidade de apresentar uma temporada de episódios do programa homônimo exibido pelo canal GNT. “Estou bonita? Olhe, eu estou me achando gostosa”, fala, exibindo seu típico bom humor, que já virou marca registrada.

No sofisticado figurino dos shows, as peças feitas sob medida exibem uma estrela de corpo escultural, revelando braços e pernas bem torneados, conquistados com uma rotina de muito exercício. São looks que destacam a feminilidade da cantora que dança e canta sem parar, demonstrando, a cada apresentação, um ânimo que parece não ter fim. “Vim da cultura do Carnaval, então eu acabei aprendendo a cantar e a dançar no trio: isso já está em mim.”

Além de todo o lado artístico, Ivete também é um exemplo de determinação e de rigor quando o assunto diz respeito às decisões que precisa tomar em sua vida profissional. Tudo é checado minuciosamente por ela, beirando o limite da exaustão. Já na sua vida pessoal, ela procura ser o mais discreta possível, mas mesmo assim acaba despertando a curiosidade de muita gente. O número de seguidores nas redes sociais ultrapassa a incrível marca dos 28 milhões. “O público tem curiosidade de saber da minha vida porque sou artista”, justifica ela, com um certo orgulho.

Casada com o nutricionista Daniel Cady, ela realizou há alguns anos o sonho de ser mãe. O casal, que mora em Salvador, tem planos de aumentar a família em breve. “Estou muito feliz com o meu pequeno, quer dizer, grande. O Marcelo, nosso filho, já está com cinco anos. Eu gostaria de ter mais filhos”, confidencia Ivete, que completa 43 anos em maio.

A cantora atualmente viaja o Brasil com a quarta edição do projeto Nivea Viva, uma homenagem a Tim Maia com o rapper Criolo. O espetáculo reuniu cerca de 100 mil pessoas no último dia 12 em Porto Alegre. Foi nessa ocasião que, mesmo com a agenda lotada, Ivete recebeu Donna em seu camarim, cheia de sorrisos e muita simpatia. Em uma conversa descontraída, ela falou da sua vida e dos planos para o futuro.

Donna – Como foi o convite para fazer um show em homenagem a Tim Maia?

Ivete Sangalo - Sou uma cantora que sempre me associo às coisas em que acredito. Fazer show em praça, gratuito, é lindo! Quando recebi o convite, sugeri o nome de Criolo e de Ganja (Daniel Ganjaman, que assina a direção musical do espetáculo). Eles toparam e aí ficou sopa no mel!

Donna – Era próxima a Tim?

Ivete - Sou uma grande fã de Tim Maia. Muita gente não sabe da minha relação com ele, porque eu não sou de ficar dizendo: lá em casa a gente tá comendo banana frita, arroz, feijão, quiabada… (risos) Eu adorei a homenagem. É um show de muito bom gosto, tudo me emociona. Ganja preservou algumas coisas originais e mudou algumas timbragens que nos levam a outra interpretação. As canções tiveram uma nova leitura, e eu me senti muito confortável no palco. Tudo foi de muito bom gosto, o pensamento musical. Eu não me preocupo com nada, só fico recebendo as minhas cestas de creme Nivea (risos).

Donna – Como está sendo dividir o palco com Criolo? Vocês já se conheciam?

Ivete - Criolo é um queridaço, figura do bem. Estamos nos tornando bons amigos com esse projeto. Já nos conhecíamos. Tenho muita gratidão com a música porque ela provoca encontros, eu encontrei um amigo, uma pessoa boa, divertida, um encontro muito lindo. Ele é muito inteligente, sensível e está se revelando um intérprete. Aqui ele vem como intérprete e, poxa, é emoção. Nos intervalos, eu fico no palco só para vê-lo interpretar.

Superbonita
Donna – Como foi apresentar o programa Superbonita? Está gostando de se ver no ar?

Ivete - Minha vida é uma correria. Eu tenho feito loucuras para administrar a minha rotina porque não fico longe de minha casa mais de dois dias. Então, tudo o que eu tenho que fazer eu faço em dois dias. Gravei todos os programas que estão indo ao ar em três dias. Foram 13 programas! Então, estou vendo o programa agora, com ele no ar. Isso porque na hora eu não conseguia mais distinguir nada. Mas foi muito divertido, porque quando você conta com uma equipe de gente que sabe o que está fazendo, você pode fazer o seu sem se preocupar com o dos outros. Então, essa maratona de gravações foi viável, do ponto de vista técnico. Por outro lado, foi divertido porque tive contato com outras mulheres e, além disso, pude mostrar a Ivete mulher, revelar um pouco da vida da gente, as razões de a gente se cuidar e os modos de viver de cada um.

Donna – Como são os seus hábitos para conseguir cantar e dançar sem parar durante as apresentações?

Ivete – Venho da cultura do Carnaval, então acabei aprendendo a cantar e a dançar no trio. Como cantora, nunca pensei em ser de outra forma. Tem a questão física, que eu trabalho também. Sou uma mulher de hábitos muito saudáveis. A única coisa em que fujo a essas regras é que eu perco a noite. Exceto por isso, a minha vida é toda regradinha, não porque eu sou cantora, mas porque eu sou assim mesmo. Me exercito e cuido da minha voz porque a voz é o meu instrumento. Eu fico apurando o meu ouvido e escutando outras interpretações.

Donna – Você segue alguma alimentação especial?

Ivete - Tenho hábitos de vida. Sou uma pessoa que acredita pouco nos modismos. Tenho uma coisa que é o estilo de vida que já está impregnado em mim. Sou uma pessoa que não bebe, não fuma; a minha alimentação é equilibrada e saudável. Mas não é saudável do estilo “amanhã pela manhã eu bato um suco verde”. Eu como a minha tapioca, meu cafezinho com leite – aí o leite é semidesnatado, sem lactose, aquelas frescuras todas (risos) -, mas eu realmente como na minha casa. Eu como arroz, como feijão, porque sou uma mulher muito grande, trabalho muito; se eu ficar comendo só uns negocinhos assim é capaz de eu parar no meio do caminho e desmaiar.

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Donna – Como você cuida da pele? Faz procedimentos estéticos?

Ivete - Gosto muito de fazer massagem. Agora, fui também apresentada a um tal de Q10. Aí, meu amor, o negócio que antes balançava no samba agora no samba não balança mais (risos). Cuido muito da minha pele, tenho uma dermatologista que me dá as dicas. Jamais durmo de maquiagem. Bebo pelo menos quatro litros de água por dia, porque gosto. Agora, se prepare, porque são quatro litros de água versus uns 40 xixis por dia (risos). Mas é bom, é uma forma de você drenar, e saber o que você quer também é uma forma de ajudar na beleza. Sabe, se você acorda chatinha achando que tudo vai dar errado, isso meio que emperra a beleza, eu acho (risos).

Donna – Você sabe se maquiar?

Ivete - Me diga você. Está boa a minha maquiagem? Fui eu que fiz a maquiagem de hoje. Tenho uma pele cuidada, superfechada, então uso uma base, um pó só para tirar o brilho. Não percebo se a base já saiu ou não porque a pele está ok, isso é bom. Eu cuido muito da minha pele para poder usar a menor quantidade de maquiagem possível. Durante o show, tomo uma água, seco o suor do rosto e não dá tempo de ficar retocando. Acho que o meu truque é esse: cuidar da pele. E sou ótima com cílios postiços. Eu coloco dentro da van, com avião pousando e tudo (risos). Fica ótimo!

Família
Donna – Você sonhava ser mãe. O que mudou com essa realização?

Ivete - Tudo mudou depois de ser mãe. A impressão que tenho é que preciso fazer um esforço grande para puxar na memória a minha vida antes de ser mãe. Como se a vida começasse ali.

Donna – Tem vontade de aumentar mais a família?

Ivete - Tenho vontade de ter mais filhos, e estamos tentando ter, mas de uma forma normal. Só que o tempo está passando… Então, se demorar muito, vou buscar ajuda de um médico. Mas estou muito feliz com o meu pequeno. Quer dizer… Pequeno, não, já está grande. O Marcelo está com cinco anos.

(Foto: Carlos Stein/Divulgação)
(Foto: Carlos Stein/Divulgação)

Donna – Alguma chance de ver seu filho cantando com você no palco?

Ivete - Ele é músico, né? Na alma dele. Toca bateria, toca percussão. Toca mesmo. Eu toco um pouco de bateria, de percussão, toco violão, tenho um estúdio em casa. Então, convivo com ele com instrumentos, máquinas, teclados, tudo o que você imaginar, a mesa de gravação, todos os computadores. Ele tem uma boa relação com isso, mas o que acho mais lindo é que ele tem uma relação com ritmo muito linda. Não sei se você vai vê-lo cantando, mas tocando ele já tocou algumas vezes, e ele consegue tocar em show sem embolar.

Donna – Como é a sua vida em Salvador?

Ivete - A gente tem uma vida lá em Salvador que não tem essa cultura da foto, do jornal, não tem essa cultura de aparecer muito. Quando me casei com o Daniel, logo engravidei e logo tive o Marcelo. Então, é assim: sou uma supermãe e ele é um superpai. Nas minhas ausências, ele é o cara que faz esse equilíbrio para mim. A mãe não está, mas o pai está lá e o meu filho sabe que no máximo em dois dias eu volto. O Daniel é bem low profile na vida dele. A gente é muito caseiro, sai pouco para fazer farra. A gente faz farra em casa mesmo. Nossa vida fica em função do Marcelo. A gente se mobiliza mais para ele e, vez ou outra, a gente bate uma foto. Eu sou assim também.

Donna – Quando você sobe no palco, a impressão que temos é a de que você fica gigante, tamanha a energia da plateia. Você sente isso?

Ivete - Eu também tenho essa mesma sensação. Essa reação que a música provoca nas pessoas, provoca em mim também. Eu adoro cantar e nunca subo num palco para fazer um show sem me emocionar. Amo o que faço e sempre me emociono. Adoro Carnaval, o meu trio… Toda vez que estou cantando, é uma sensação muito boa. A banda, a música, o ambiente, os instrumentos, o público, é um negócio muito bom. Isso já veio estabelecido dentro de mim. E olhe que, quando eu era criança, eu nem tinha vontade de ser artista, mas sempre gostei de música. Não me lembro de fazer planos. Eu cantava na frente do espelho, mas cantava pra me exibir para mim mesma. Quando fui para a música, foi um caso de necessidade para mim mesmo. Quando vi, já estava em banda cantando, viajando… Aí falei: agora já tenho uma profissão, sou cantora. Quando subo no palco, não é profissão, é prazer. O resto, o entorno todo é a profissão. Mas quando eu estou com o público, eu fico doida. Eu me exibo! Essa vontade de me exibir é tão grande que transmito essa pulsação, e as pessoas sentem.

Donna – Como faz para levar alegria ao público quando não está passando por um momento feliz na sua vida pessoal?

Ivete - A minha vida é cheia de oportunidades, e não posso estragá-la com pensamentos ruins, mau humor e pessimismo. Às vezes, estou caída, chateada com alguma coisa, e a minha fonte de busca, de melhora, é exatamente essa. Eu penso: “Você está chateada por quê, minha filha? Que motivo é esse que está lhe tirando o sono? É algo que você possa resolver? Por que essa chateação? Vai ter que melhorar em algum momento, então, melhora logo!”.

Atriz
Donna – Como atriz, você tem no currículo a participação em quatro filmes, uma novela (Gabriela) e participações em seriados (As Brasileiras e Brava Gente). Além disso, realizou a dublagem de uma das personagens do filme Aviões (2013), da Disney. Você acha que, em algum momento, vai fazer um filme?

Ivete - Eu não acho, eu tenho certeza. Eu já estou aqui pensando nisso. Então, é assim, agora eu estou fazendo um projeto… Aí eu penso que, quando acabar o projeto, eu vou descansar, mas então bem no meio do projeto vem alguma ideia, surge alguma proposta… Aí eu penso: vai ser só mais esse… (risos). Eu adoro ser atriz. Eu quero fazer um filme. Agora, para você fazer um filme, você precisa no mínimo de três meses de dedicação exclusiva. Então, vai ter que ser rodado em Salvador (risos). Quando eu souber dos detalhes, eu te conto.
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